segunda-feira, 13 de maio de 2013

Minha cadeira Adirondack


Histórico:
A cadeira Adirondack é uma cadeira de madeira rústica simples para uso ao ar livre. No projeto original foi feita com 11 tábuas de madeira plana, com as costas retas e assento. Ela também possui braços largos. No Canadá, às vezes é conhecido como a cadeira Muskoka, .
O precursor para a cadeira Adirondack  foi  Thomas Lee em 1903. Ele estava de férias em Westport, New York, nas Montanhas Adirondack, e precisava de cadeiras para deixar ao ar livre para  a sua casa de verão. Ele testou os primeiros projetos em sua família. Depois de chegar a um projeto final para o "Westport cadeira prancha", Lee ofereceu a Harry Bunnell, um amigo carpinteiro em Westport, que estava precisando de uma renda de inverno. Bunnell rapidamente percebeu que a cadeira era o item perfeito para vender aos residentes de verão de Westport e, aparentemente, sem pedir a permissão de Lee, Bunnell pediu e recebeu a patente 794.777, em 1905. Bunnell  foi o fabricante das cadeiras de prancha durante os próximos vinte anos. Sua "Westport cadeiras"  foram todas assinadas e feitas de cicuta na cor marrom ou verde escuro médio.
As cadeiras Adirondack  de hoje geralmente apresentam uma traseira arredondada e assento com contornos. O estilo também foi traduzido para outras peças de mobiliário. Algumas cadeiras Adirondack modernas são feitas de tábuas de plástico ou madeira de engenharia em vez de madeira.
Elas são geralmente feitos como projetos  de ensino de marcenaria  em todo o mundo. Adirondacking é um termo usado no sul dos EUA para descrever piqueniques públicos em que as pessoas se sentam principalmente em cadeiras Adirondack.

Fabricação:
Esta cadeira sempre me chamou atenção. E sempre desejei fazer uma destas. Mas o tempo sempre estava curto, pois achava que me levaria muito tempo para fazê-la.  Este fim de semana eu decidi colocar a mão na massa e tentar fazer uma.
Meu cunhado tinha uma sobra de perobas que usou na lateral do telhado de sua casa, eram pranchas de 4 metros de comprimento por 15 cm de largura e 2 cm de espessura. Sentei lhe a serra e aos poucos a transformação foi acontecendo.  Usei uma mistura de diferentes projetos encontrados na rede, dentre eles o do Norman Abraan.
O primeiro passo foi recortar todas as peças do quebra cabeça:
Comecei pelo que julgava ser a parte mais difícil que são as laterais da cadeira que ao mesmo tempo servem de apoio para o assento e pés traseiros.
Risquei tudo com régua e compasso (mentira um disco de lixa kkkk). E fui, em primeiro lugar, para a serra de fita, mesmo podendo usar um tico tico. (estava louco para testar a serra... rs)







Tendo serrado nas linhas o próximo passo foi a lixadeira, mais uma vez minha home made foi de grande valia. O trabalho ficou excelente.


Próximo passo foi cortar os apoios das costas.  São dois, um em que vai o final do apoio e inicio do assento e o outro que vai ser o apoio dos braços e suporte no meio das costas. Ambos devem ser cortados em meia lua. Aqui cometi um erro, pois o suporte do meio das costas deve ter um corte em um ângulo próximo dos 40 graus, pois de cortar feto ele vai ficar inclinado e terá problema para fixar os braços. Mas corrigi depois usando uma fresa de 45 graus, poderia ser menos, mas funcionou razoavelmente bem.






O próximo passo foram as tabuas que servem de encosto para as costas. Foram 4 peças de 1 metro de altura, que foram cortadas na parte superior formando uma imagem parecida a um círculo e também elas são cortadas em um certo ângulo de tal forma que encima permanece os 15 cm e em baixo fica com aproximadamente 11 cm. Cortei o circulo na serra fita e o corte em ângulo eu fiz na serra de mesa a mão livre mesmo, se bem o melhor teria sido usar um Jig para isso.





Assim fui preparando cada peça, os braços, os suportes dos braços etc.
Depois passei a montagem da cadeira. Uni as laterais com os pés dianteiros, por meio de dois parafusos francês de ½ polegada. Ficando duas partes, que será única pelo suporte do encosto traseiro.




Em seguida coloquei a frente formando o requadro da cadeira, nesta peça da frente fiz umas firulas para dar um toque mais bonito e menos quadradão. (obs:. Quase todas as peças eu quebrei dos cantos com uma fresa de bolear pequena).



Uma vez feito o quadro da cadeira passei a colocar o encosto. Em quase todos os passos eu primeiro prendia a peça com o pinador para visualizar e depois parafusava. O pinador funciona muito bem para isso.




Feito o encosto o próximo passo foi o assento. Ripas de 3.5 cm de espessura, lixada e os cantos arredondados com a fresa. Deu um pouco de trabalho a primeira peça que faz o contato do assento com o encosto, mas usei a “sobra” do corte desta mesma peça para dar o acabamento. Ficou aceitável. Deu um espaço de quase 1 cm entre uma ripa e outra. Ficou bonito o visual.








Por fim depois de uma tarde de trabalho a cadeira estava pronta. Agora falta o acabamento que gostaria de usar algo somente para ressaltar a cor e os veios da madeira. Creio que usarei uma mistura de cera de abelha com cera de carnaúba e breu, uma mistura que um amigo de Curitiba me mandou a um tempo atrás.





quinta-feira, 9 de maio de 2013

Transformando uma Serra de Açougue para Trabalho com Madeira


Transformando uma Serra de Açougue para o trabalho com Madeira.

Como quase tudo na minha pequena oficina para trabalho em madeira a minha serra de fita também é fruto de arranjos, transformações, peças de ferro velho e muito desejo e amor ao trabalho com madeira.
Esta serra de açougue foi um presente. Um amigo  teve que trocar a serra de açougue por que o açougueiro estava reclamando que a serra não parava nos volantes, escapava todo o tempo. Mas também por que queriam uma serra mais moderna em inox.
Ele colocou a serra para ser “jogada fora”. Então me voluntariei para retirar a serra do supermercado e me livrar dela. Como não tinha espaço a serra ficou no quintal de casa por um longo tempo, (sempre ouvindo as devidas reclamações da esposa) e por isso deteriorou ainda mais as partes de metal que compunha a parte inferior da serra. Quando me mudei para um espaço melhor levei a dita cuja e com poucas mudanças já estava usando-a para alguns cortes na nova oficina, mas o aspecto dela sempre me desagradou.
Por isso por estes dias resolvi dar uma melhorada nela, e com a graça divina estou neste processo de  mudanças na máquina.
Assim era a máquina antes:


O primeiro trabalho que fiz foi retirar toda a parte inferior da máquina e usar somente a estrutura  que é de alumínio fundido.







O próximo passo então foi fazer uma base para  poder  fixar esta estrutura. Passei por uma caçamba e encontrei um antigo portal (caixonete) de peroba rosa que havia sido descartado de uma construção e ele  que estava abandonado e desprezado se tornou a base de sustentação para a nova criação.


















A base do motor eu aproveitei a mesma que estava antes, somente redimensionei para ser usada na nova estrutura, é uma base de metal (chapa com metalon) que lixei, tirei os podres e pintei com um resto de tinta alumínio que tinha em um spray perdido na oficina, e ficou até com uma boa aparência, sobre ele coloquei um motor de 1 CV, com a polia dimensionada para dar uma rotação média de 800 a 1000 rpm.



O próximo passo foi fazer a mesa.
Há algum tempo um amigo (Paulo Sena) me enviou umas maquinas do EUA e para reforçar as caixas ele usou uma placa de osb, medindo 60x60 aproximadamente. Lixei, ficou lisinha, e então se tornou a mesa da serra. Não consegui fazer com que ela tivesse movimento para cortes em graus, este é um desafio para mais tarde.





















A guia da lamina foi uma dificuldade, pois a que veio na maquina ainda que muito bonita de alumínio fundido era muito curta para o trabalho com madeira, deixando uma distancia muito grande entre a peça trabalhada e as guias. Mas graças ao bom Deus ganhei umas guias novas, e fiz uma base de madeira para fixa-la, usei um resto de angico preto que tinha na oficina, fiz o furo de fixação das guias e o rasgo para subir e descer a altura de trabalho.

Ainda falta-me a pintura. Pretendo pintá-la  toda de branco.
Mas por enquanto a serra está assim: