domingo, 11 de dezembro de 2011

Construindo um Gazebo


Como Muitos já sabem minha esposa trabalha com decoração de festas e me pediu para fazer um Gazebo, com o propósito de decorar um casamento.
A primeira coisa a ser feita foi definir o tamanho da estrutura, e decidiu-se que as medidas seriam as seguintes: 2,5 mts de altura e formando uma área quadrada de 3,0 x 3,0. Para esta estrutura definimos que para dar o efeito almejado teríamos as 4 colunas de 15 cm x 15 cm e as vigas de 15 cms x 8 cms.
Decidido isso passamos a procurar a madeira. Infelizmente na minha cidade só tenho uma opção de madeireira, e a única madeira que me foi oferecida foi a peroba bosta (assim que conhecemos aqui por causa do cheiro desagradável da mesma). É uma madeira extremamente pesada, e com facilidade de trincos ao tomar sol, além de ser um custo elevado para o que planejávamos. O custo seria de 45,00 reais o metro corrido das colunas, e só venderiam 3 metros de comprimento,  ficando 135 reais cada coluna.  E as vigas ficariam 20 reais o metro corrido, ficando cada uma 60 reais. Ou seja, um total de quase 800,00 reais somente a madeira. Um valor acima do que tínhamos disponíveis para o projeto.
Porém temos também na cidade uma serraria. Este pessoal serra euclipto para fabricação de paletes.  Passei um dia por esta serraria e vi que estavam serrando uma madeira diferente e muito bonita, entrei para conversar com o cara. Era Seringueira. Uma madeira clara, comum pouco de fiapos em algumas peças e em outras bem lisas, e eram relativamente leve. Perguntei se ele me serraria a madeira que necessitava e quanto me cobraria.  Acabou ficando tudo por um valor mais baixo do que o anterior. Mas tinha ainda um problema a ser resolvido, pois esta madeira não é tratada. Busque saber, e descobri que outra serraria trata esta madeira com um produto agrícola chamado regente. Aplica na madeira e que tem uma validade de pelo menos 10 anos.
Foi assim que chegou a madeira bruta:



  O primeiro trabalho foi lixar a madeira, já que na serraria não tem desengrosso, e vieram com muita marca de serras e até alguns “degraus”. Trabalhei da seguinte forma: Lixa grão 50 para quebrar as marcas de serra e os degraus, depois uma 100 para dar uma alisada e por fim uma 180 para deixar bem lisinho. A lixadeira Black and Decker agüentou mais uma vez o tranco, me surpreendendo, porém a base de borracha que suporta o disco de lixa deu problemas, soltou o miolo que é de metal, ai tive que comprar uns discos flaps.


Uma vez lixados e alisados o próximo passo foi fazer os detalhes das quinas com a tupia de mão. Usei uma frase que arredonda os cantos, mas aprofundei mais deixando uma marca, tomando o cuidado de sempre fazer com que estas marcas fiquem do mesmo lado.





 Começou a ter forma e ficar bonito. O próximo passo foi fazer os encaixes da cabeça da coluna, onde se alojaria as travessas, um encaixe em X que serviria também para o travamento do conjunto todo.
Primeiro fiz um gabarito em MDF para que todos os cortes saíssem do mesmo tamanho.


Uma vez marcado com o gabarito eu passei a serra circulas nos cortes retos e fiz a parte do fundo com a furadeira, fazendo vários furos, acontece que a peça tem 15 cms de profundidade então a circular não chegou nem na metade, e mesmo virando a peça ainda ficou muito material para cortar, não teve jeito, tive que sofrer com o serrote (rs).



 Tendo então serrado até o final, fui tirando  com o formão.

Este processo feito nas duas faces da coluna, para chegar a este resultado final.




Terminadas as colunas, passamos a trabalhar as vigas.
Mesmo processo de lixamento, para depois fazer alguns detalhes, buscando dar um visual mais agradável ao conjunto. Fiz um acabamento com cortes em escada e um corte em grau.
Aqui sofri bastante, pois a circular não era boa para fazer o corte, não cortava os 8 cms de profundidade, e a tico tico deu vontade de jogar ela na parede.... rs. Então tudo feito no serrote, esquadro, e formão.
Aqui cabe uma observação. Não me arrependo de ter comprado ferramentas hobby pois era o que tinha condições de comprar na época, e elas já me serviram muito. Mas aprendi que para um serviço mais pesado elas realmente não ajudam e te fazem passar raiva. Decidi que a partir de agora só compro ferramenta profissional, e já ganhei uma tico tico que presta, de um servo de Deus.
Mas ai vão as fotinhos..



Feito o detalhe passamos a fazer os encaixes para travar uma peça na outra. Tendo o cuidado de lembrar que tem que ser macho e fêmea, Um por cima e outro por baixo.





Feito, agora partimos para o acabamento. Seladora Lukscolor e depois cera de carnaúba cor imbuia.



Por fim, o trabalho montado para um teste, e será usado no próximo sábado para um casamento.













quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Quem não tem cão caça com gato... ou... não desprezeis os pequenos começos.

Quem não tem cão caça com gato... ou... não desprezeis os pequenos começos como diz o texto sagrado! (Zacarias 4:10)
Depois que deixei as missões sempre quis ter o trabalho com madeira como hobby, mas sempre me esbarrava na realidade de não ter ferramentas para poder  levar em frente o hobby. Até que um dia decidi começar com o que eu tinha, até me lembrei do texto que nos exorta: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma." ( Eclesiastes 9:10), então o primeiro que decidi foi fazer uma mesa de serra circular, pois não tinha dinheiro para comprar uma (ainda não tenho, rs), então com a estrutura de um fogão industrial que achei no lixo fiz a base da serra de mesa, peguei um motor de lava roupas que meu irmão tinha jogado fora, fui no ferro velho e comprei um pequeno pedaço de fuso, em uma marcenaria próximo de casa, de um antigo amigo de escola, ganhei uns pedaços de MDF que serviram de tampo para a mesa  e acabei tendo que comprar um eixo e uma serra de 7 ¼ . Assim montei a minha primeira ferramenta. A minha serra circular de bancada.
 
 


Com o auxilio desta geringonça eu fiz meu primeiro trabalho com madeira, uma cadeirinha para a Yohanna, minha filha. Ela adorou... e eu me senti orgulhoso e realizado...
O texto do proverbio se fez verdade em meu coração: "Melhor é a comida de hortaliça, onde há amor, do que o boi cevado, e com ele o ódio." (Provérbios 15:17)









quarta-feira, 21 de setembro de 2011

haja Luz.... assim começou minha fascinação por madeira...

Quando ainda criança, creio que com uns 11 anos de idade, ajudava meu pai na roça. Cuidávamos de sete mil pés de café, eramos meieiros, acontece que entre uma safra e outra acabava o dinheiro, e o velho necessitava fazer outros serviços para poder pagar a venda onde comprávamos na caderneta.
 Foi neste período que ajudei meu pai a construir uma garagem para o novo trator que o dono da fazenda havia adquirido. Chegaram as madeiras: Palanques, vigotas, terças e tábuas. não tínamos quase nada de ferramentas,  as elétricas nem sequer eram ainda sonho de consumo, pois não há conhecíamos, e onde não há conhecimento não há cobiça como diz o apóstolo Paulo (Rm 7:7). Tínhamos, traçador (uma espécie grande de serrote para toras), serrote, enxó,  martelo e arco de pua, vontade de trabalhar e conta para pagar.
Assim  aquele amontoado de madeira começou a criar forma e a cada encaixe meus olhos iam brilhando e estranhamente um calor no peito aumentava a cada martelada, orgulho de ver como meu pai podia transformar peças retas em formas, madeira em arte. Desejei saber o mesmo, desejei pagar as contas da mesma forma.
Assim foi minha primeira experiencia com a madeira e as ferramentas, foi a primeira transformação que vi acontecendo, algo morto revivendo... assim houve luz....
Enxó
Traçador

Arco de Pua